PREMIO OURO AZUL

O Prêmio Ouro Azul chega à sua 10ª edição. Uma atitude corajosa dos Diários Associados por meio do jornal ESTADO DE MINAS e o Sistema Eletrobrás Furnas. O projeto incentiva e premia a criação de soluções viáveis para revitalização e conservação dos recursos hídricos em Minas Gerais. São dez anos destacando e premiando importantes projetos individuais ou em grupo que têm em comum, um só objetivo: mostrar que todos nós podemos gerar grandes mudanças na nossa relação de direito ao uso e consumo da água. Se você tem projeto que contemple a preservação e conservação das águas com este foco, se inscreva até 30 de outubro no site www.ouroazul.com.br

UMA ESPIRAL NADA ATRAENTE

Circula a edição 51 do Le Monde Diplomatique Brasil com uma capa fantástica: crise. Como sempre, rica em bons artigos. Em editorial, A espiral da Insensatez, Silvio Caccia Bava, reconhece que a atual crise financeira, não é uma bolha como a anterior foi. Se é que podemos empregar o verbo no passado. Segundo ele, a crise atual é sistêmica e planetarizada. Ou seja, ninguém escapa. Quanto as grandes corporações financeiras, para ele, elas devastam o tecido social europeu, criando uma zona de crescente instabilidade política com riscos à economia global e criam espaços para sua contestação. Em suma, um caldo social, nada bom e nada responsável para com o resto do mundo. Um pragmatismo exagerado das grandes corporações financeiras que se auto-afirma na expressão brasileira “salve-se quem puder”. Silvio em seu brilhante editorial diz: desde meados dos anos 80, essas grandes corporações financeiras internacionais se fortalecem. Hoje controlam os governos[...] FMI, Banco Mundial e o Banco Mundial e o Banco Central Europeu reunidos impuseram aos governos nacionais que se endividassem para salvar os grandes bancos privados. E os governos se endividaram muito além de sua capacidade.
Ao analisar a atual conjuntura européia, o editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil considera que o quadro é muito delicado. Há conflitos que impedem a articulação de políticas regionais articuladas para enfrentamento da crise e, este imobilismo fará com que os riscos de desastre cresçam. Enfim, o calote(default) da Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e Itália é um golpe do endividamento que ameaça outras nações como França e Inglaterra. A conclusão do editorial é o seguinte: o quadro é da natureza do bicho. As grandes corporações não olham para o interesse público; têm como objetivo o máximo lucro. E, se os governos não foram capazes de impor dimensão de regulação pública à sua atuação, é porque foram capturados por elas, o que compromete o sistema político e a democracia como um todo. A crise financeira sistêmica é, também, no ver de Silvio, a crise do sistema político mundial.
Silvio Caccia Bava, A espiral da Insensatez, Le Monde Diplomatique Brasil, nº51, Edição ano 5, pag. 3. Foto: capa do Le Monde, Ed. 51.